Oito como símbolo

O dia foi 8 de março e somente oito vezes a palavra mulher figurou neste blog, desde quando migrou para o novo endereço, há três anos. Pouco, reconheço. A semana é dedicada à luta das mulheres por espaços, reconhecimento, sobrevivência. O de março induz semelhança ao de outubro. O Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Campinas fez reunião inaugural exatamente nesse dia e o presidente Fernando Abrahão me convidou a ler um breve texto, de também três anos atrás, para a audiência virtual. Ei-lo: "o dia não é de flores, pois representa os espinhos colhidos pelas mulheres em sua constante luta para reivindicar questões fundamentais, como a da própria existência em serenidade. Não há desculpas para o mundo misógino em que vivemos. De imediato, procurar o respeito ... e nada como principiar pelas mulheres de nossas vidas. Mães, irmãs, esposas, filhas, tias, primas, cunhadas, professoras, alunas e ex-alunas, amigas, colegas, cada qual com suas batalhas, frustrações, abdicações, sucessos, aborrecimentos, realizações. O dia é internacional e a busca é ininterrupta por uma solução mais pacífica, igualitária; humana, enfim." Tivemos a brilhante e cativante palestra do professor André Argollo Ferrão, que discorreu sobre a história e a cultura do café. Instilei a ideia de que o café deveria ser o eixo condutor de conhecimento para todas as disciplinas: história, geografia, ciências, sociologia, e por aí vai. Houve posse de novos membros e outras homenagens. A agradável sessão inaugural, de forma integral, pode ser assistida no link https://www.youtube.com/watch?v=Sf_SJu50dOE. 

Oito de março também foi um dia icônico para a política brasileira, é bom dizer. O silêncio de alguns extremistas tresloucados e retrógrados é sinal de que a medida foi acertada, ainda que tardia. Sim, repito, como sempre, os links para minhas opiniões mais íntimas e, talvez, reveladores do ímpeto da verdadeira mudança que deve ocorrer. No site Brasil 247 foi esta: https://www.brasil247.com/blog/piadas-militares-sem-graca, composta por cartas enviadas a jornais que foram preteridas pelas redações e não publicadas. Algumas são cartas selecionadas apenas para a edição digital de comentários, de acesso mais restrito ainda. Outro artigo é de autoria de Duanne Ribeiro, uma avaliação bem aprofundada do risco que corremos - ou nos fazem correr - diante da situação atual em que vivemos. Está no site da revista CULT: https://revistacult.uol.com.br/home/decifrar-o-risco-e-recuperar-a-etica-a-visao-de-bolsonaro-sobre-a-pandemia/. Compartilhemos, espalhemos a nova, ainda que não de comum acordo e sujeita a muita contestação. Ou frustração, como disse uma conhecida, ao se mostrar espantada com o que escrevi: "então é assim que você pensa?"

Deitado ou girado em 90 graus, 8 será o símbolo do infinito. Apesar do significado, o infinito foi abordado aqui apenas uma única vez! (veja aqui http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2020/05/vida-e-morte-em-transformacao.html). Infinitas as possibilidades e infinitos desafios, portanto. Juntando matemática com a escrita, houve repercussão ao artigo publicado no Correio Popular, de Campinas, no domingo, 7 de março. Infelizmente, o editor alterou o título original "Conhecimentos mecânicos", que denotava uma natureza mais difusa da questão com margem ao jogo de significados, e adicionou as palavras "a importância dos", que induz a uma visão mais específica, o que o texto não é. Enfim, está publicado e pode ser lido no facebook (https://www.facebook.com/adilson.goncalves.9847/). #IniCiencias