Números das consequências

Beirando os 100 mil mortos pela pandemia, especulam sobre as influências eleitorais das medidas de combate à covid-19. No Brasil, antes mesmo do pleito municipal de novembro, já são realizadas pesquisas de intenção de voto para presidente em 2022, eleição que, pelos interesses parlamentares escusos, não será antecipada. As eleições norte-americanas também estão no radar, devido à óbvia influência mundial daquele país e da forma como seu mandatário Donald Trump tem desastrosamente conduzido sua política de saúde pública e de relacionamento com outras nações. Há ainda o ressurgimento da submissão tupiniquim a Trump, com direito a bater continência para uma bandeira que possui o vermelho como uma das cores. O democrata Joe Biden cresceu muito nas intenções de voto, mas eleição não é pesquisa eleitoral. Ela revela uma realidade, no entanto, pois Trump está fortemente incomodado com a situação e a possibilidade de ser apeado do cargo. O mundo ganharia muito com isso e a influência em nossa política interna seria imediata. Entre os pesadelos da pandemia&pandemônio ainda nos é permitido sonhar. Fiz uma análise desses preliminares resultados de intenção de votos na eleição brasileira, novamente no canal inusitado que tenho utilizado: http://port.pravda.ru/cplp/brasil/27-07-2020/51052-intencoes_votos-0/ .

Números podem ser moldados conforme interesses, contrariando o que a colunista da Folha de S. Paulo, Luma Lomonaco, escreveu nesta quarta-feira ao afirmar que a linguagem da matemática é inequívoca e perfeita. Como cientista, entendo a defesa que ela faz de sua ferramenta de trabalho, mas toda linguagem depende de interpretação, como pode ser visto mais explicitamente em uma das aplicações da matemática que é a estatística. Mantém-se, portanto, a interferência humana e isso não pode ser visto como algo ruim, mas uma natureza de comunicação a ser aperfeiçoada. Aliás, a interpretação é um dos motores para a comunicação, incluindo os estudos de suas nuances e falhas. Isso me lembra de responder ao desafio lógico-matemático da semana passada, para o qual a resposta é quatro pessoas. Três quartos significa 75%, então na casa toda há oito pessoas. No Facebook eu cheguei a sugerir substituir casa por praça. Encontrar um meio de oito significa chegar na metade de oito, ou seja, quatro pessoas. Eu gostei, mas devo ter irritado muita gente porque a apreciação não foi recíproca.

Mais um mês se finda e a frustração científica da semana ficou por conta de não conseguir ver o cometa Neowise, mesmo com várias tentativas. No dia de melhor visualização, não consegui remover do horizonte o sobrado que está construído do outro lado da rua. Mas consegui ver dois traços de luz no céu nesta semana. A chuva de meteoros Delta Aquarídeos proporcionou essa quebra de ansiedade em madrugada agradável, ainda que nublada. Os astrônomos conseguem calcular muito bem esses fenômenos, mais uma aplicação complexa de números. Já o cometa é a primeira vez que se tem o registro de seu avistamento. Por mais que não queiram e refutem as evidências científicas, a mecânica cósmica continua. Porém, o universo ignora esta minúscula partícula de pó a que chamamos de Terra. #IniCiencias

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