Festa! Festa!

Todo dia 18 de junho é de praxe enaltecer o profissional da Química e lembrar o falecimento de José Saramago. Já vai longe aquela cerimônia de premiação em homenagem aos 50 anos do sistema CRQ/CFQ (Conselhos Regionais e Federal de Química), quando também fui premiado com meus alunos (https://www.crq4.org.br/informativomat_301). O colega Acadêmico José Antonio Bittencourt Ferraz fez hoje uma postagem em seu bonito e cultural blog sobre filatelia, lembrando a efeméride (https://lorenafilatelia.blogspot.com/). Mas são exatos dez anos sem o escritor português, o único a vencer o Nobel de Literatura em nossa língua. Motivado pela própria escrita de Saramago, em delírios passados cheguei a juntá-lo com a química em artigo de opinião publicado alhures (por exemplo em http://unespciencia.com.br/2017/10/01/ex-homenagem-90/), mas a doce química das palavras ficará um pouco distante do mago que sara.

Machado de Assis domina o cenário cultural, com seu livro Memórias Póstumas de Brás Cubas tendo duas distintas traduções para o inglês lançadas quase simultaneamente. A autora de uma delas, Flora Thomson-Deveaux, escreveu artigo interessante na revista piauí deste mês, contando um pouco do caminho trilhado e das angústias ao longo de cinco anos para chegar na solução de uma tradução que fosse fiel ao que o Bruxo do Cosme Velho disse em nossa língua portuguesa. Deleitei-me com as ferramentas do google que ela usou para avaliar a frequência de determinadas palavras ao longo do tempo e também com a necessidade de consulta à hemeroteca digital da Biblioteca Nacional para confirmar se vocábulos eram correntes no tempo de Machado ou de uso exclusivo dele. Da outra tradução, apenas li uma resenha no The New York Times que faz também uma comparação entre os dois livros daí resultantes. Expressar-se na própria língua já é um árduo exercício ininterrupto e a tarefa de um tradutor não é de execução corriqueira. Por sorte, podemos saber da morte e vida de Brás Cubas no original.

A Academia de Letras de Lorena lança edital para ocupar duas vagas abertas em função de falecimento e saída de membro do quadro principal. É necessário ter produção literária e/ou cultural relevante e ter sido nascido em Lorena, morado na cidade ou ali ter executado atividade cultural. O prazo de inscrição vai até até 8 de agosto próximo e os detalhes podem ser obtidos na página da Academia no Facebook (https://www.facebook.com/Academia-de-Letras-de-Lorena-1493086630988177/) ou por envio de e-mail para a Presidente da Academia, Profa. Dra. Neide Aparecida Arruda de Oliveira (mnoliveira9@gmail.com). A festa da Academia deste ano, normalmente realizada em agosto, coincidindo com a data de falecimento de nosso patrono, Euclydes da Cunha, deverá ser postergada em função da pandemia. Espera-se dar posse aos novos membros e incluir homenagem ao centenário de Ruth Guimarães Botelho, nossa madrinha (https://pt.wikipedia.org/wiki/Ruth_Guimar%C3%A3es). Se estivesse viva, a escritora de Cachoeira Paulista, membro da Academia Paulista de Letras, teria completado os 100 anos no dia de Santo Antonio.

Comentários

  1. Junto me a VC nesses comentários.Admiro muito o Saramago, e concordo com o seu artigo.
    Abraços

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  2. Machado e Saramago são dois gigantes das letras em nosso idioma. É bom que sempre voltem a ser assunto: são inesgotáveis.

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  3. Parabéns! Pelos textos e pela data.

    Rinaldo Saracco

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