Impressões

A devastação ambiental é impressionante e global; os holofotes de agora são voltados para os incêndios na Austrália. O período lá é de secas e os fogos são esperados. Mas o aquecimento global está potencializando seus efeitos. Há os que criticam que os ambientalistas que denunciaram os incêndios criminosos na Amazônia se calam agora. Não é verdade. O fato desses ignorantes supostos críticos lerem apenas as notícias que lhes interessam limitam muitos suas fontes de informação. Redes antissociais fazendo seu trabalho de manter as pessoas em suas bolhas e aumentar as trevas sobre o conhecimento! O fato de o Brasil ter sido criticado pelas ações desastrosas desse último ano, em contraponto ao protagonismo que havia alcançado nas práticas um pouco mais sustentáveis de convívio da agropecuária com a floresta, levou os cegos defensores governamentais a cenas grotescas de repúdio a ambientalistas e a tecer comentários ridicularizados mundo afora. Mas, não desanimemos e sigamos em nossas ações locais e globais. #IniCiencias

Minhas incursões no mundo da opinião impressa, digital e virtual levam a contestações, o que é muito bom e necessário. Passividade é algo que não faz parte de minha atuação, levando quase ao pé da letra o título do novo livro de Anita Leocádia Prestes - Viver é tomar partido -, retirado de outros filósofos progressistas. Porém, é impressionante como certos comentários são apenas eivados de ódio e desprovidos de fundamentação. Esses tenho recebido apenas por e-mail, não publicados, evidenciando também que os autores se escondem atrás do anonimato. Um deles se referiu a mim como propagador de fake news pois publiquei no Correio Popular, de Campinas, um artigo comparando o ogro e a ninfa, dentro da temática ambiental recente. No facebook está o artigo completo e não é difícil saber a quem tais personagens mitológicos são comparados. Esperava que o missivista ao menos fizesse publicar naquele jornal uma carta de protesto, mas a coragem se limitou a descobrir meu e-mail universitário e destilar sua bile. Um outro indignado publicou uma crítica no Jornal Cidade de Bauru e lá pudemos replicar os argumentos, ao menos de forma aberta. A decisão foi por encerrar a discussão para também não irritar os já raros leitores da mídia impressa. O meu opositor pelo menos admitiu não ser terraplanista ou participar do movimento anti-vacina, que caracterizam os que negam o aquecimento global e creem que tudo não passa de conspirações para impor barreiras comerciais.

O tempo corre rapidamente e já completamos 2,5% deste ano bissexto. As férias dão um verniz de maior tempo para lidar com afazeres, mas a ilusão é imediata quando os ponteiros do relógio e os dias da semana implacavelmente cumprem seu papel de revelar nossa finitude e que prazos expiram, gavetas e papéis restam desarrumados. É impressionante que também não há folga para guerras e disputas comerciais internacionais, mescladas com interesses políticos internos, tais como os da eleição norte-americana deste ano. Todos querem tomar partido - o que a vida preconiza -, mas alguns são pueris em seus posicionamentos, cumprindo no máximo o papel de pau mandado. Os ataques no Oriente Médio voltaram com intensidade e foram inesperados, coincidentes com a abertura do processo de impeachment de Donald Trump. A estratégia diversionista de todos os lados é bem conhecida, pois, como em toda a guerra, a verdade é sempre a primeira vítima.

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