Secas juninas
O tempo é seco por natureza da época e a tudo põem fogo. O ar que deveria ser mais límpido pela ausência de gotículas de água torna-se uma cinzenta ou amarronzada nuvem pairando no horizonte. Questiono se a prática das queimadas onipresentes é somente questão cultural, de purificação. Idosos e crianças são os mais susceptíveis às doenças respiratórias e o que vemos - e acompanhamos - nos pronto-socorros. Ainda que a colheita da cana-de-açúcar já não seja mais feita no estado de São Paulo com a queimada concomitante que se fazia da palhada, os fogos em áreas de pasto e no pouco que resta de bosques e grama são visíveis e sensíveis diuturnamente. Se ainda fosse chover no seco, estas lamúrias serviriam para algo. Mas resta apenas a angústia da espera pela passagem deste tempo, seco tempo.
Seca também a vontade, secam os sentimentos. Alguma poesia se manifesta, insuficiente. O fim de semana será de minutos de Euclydes da Cunha para a Academia Campineira de Letras e Artes, após a palestra do reitor da Unicamp, Prof. Marcelo Knobel, e valiosíssima agenda cultural. As festas típicas deste mês ilustram santos católicos em perfeito sincretismo religioso com os deuses nórdicos. Dançamos ao redor da fogueira no solstício, de verão lá, de inverno aqui, que marca oficialmente o início da estação. Adaptamos a festa com muitos derivados de milho, de amendoim e o delicioso arroz doce. Há os que sacrificam a história e os costumes e trazem comidas e músicas outras para tais eventos, símbolo extremo do rodriguiano complexo de vira-latas que se vangloria em se submeter às causas externas e desprezar a rica cultura nossa, legítima e de raiz. E depois o jovem consegue estudar no 'estrangeiro' e, chegando lá, é perguntado sobre as coisas típicas de seu país, de sua cidade, e revela apenas uma muda ignorância.
Esta é a postagem de número 50 neste blogger. As dezenas e as centenas facilmente se acumulam, algumas até incendiárias. O quanto é lido é uma incógnita das mais profundas. Um balanço não será feito, apenas registro que a média de leitores semanais é também de meia centena. Com alguns impedimentos para divulgar o blog em listas universitárias, até que é um número bom. Melhor é a atenção dos leitores frequentes. Os assuntos se diversificam e um pouco de acidez e aridez nas palavras pode ter acontecido. O limite dos três parágrafos, no entanto, se mantém. #IniCiencias
Seca também a vontade, secam os sentimentos. Alguma poesia se manifesta, insuficiente. O fim de semana será de minutos de Euclydes da Cunha para a Academia Campineira de Letras e Artes, após a palestra do reitor da Unicamp, Prof. Marcelo Knobel, e valiosíssima agenda cultural. As festas típicas deste mês ilustram santos católicos em perfeito sincretismo religioso com os deuses nórdicos. Dançamos ao redor da fogueira no solstício, de verão lá, de inverno aqui, que marca oficialmente o início da estação. Adaptamos a festa com muitos derivados de milho, de amendoim e o delicioso arroz doce. Há os que sacrificam a história e os costumes e trazem comidas e músicas outras para tais eventos, símbolo extremo do rodriguiano complexo de vira-latas que se vangloria em se submeter às causas externas e desprezar a rica cultura nossa, legítima e de raiz. E depois o jovem consegue estudar no 'estrangeiro' e, chegando lá, é perguntado sobre as coisas típicas de seu país, de sua cidade, e revela apenas uma muda ignorância.
Esta é a postagem de número 50 neste blogger. As dezenas e as centenas facilmente se acumulam, algumas até incendiárias. O quanto é lido é uma incógnita das mais profundas. Um balanço não será feito, apenas registro que a média de leitores semanais é também de meia centena. Com alguns impedimentos para divulgar o blog em listas universitárias, até que é um número bom. Melhor é a atenção dos leitores frequentes. Os assuntos se diversificam e um pouco de acidez e aridez nas palavras pode ter acontecido. O limite dos três parágrafos, no entanto, se mantém. #IniCiencias
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