Divulgação de ciência e cultura

Aconteceu nesta semana a sexta edição do Encontro de Divulgação de Ciência e Cultura (EDICC), na Unicamp, organizado por alunos de pós-graduação. Assim, o Dia Mundial do Meio Ambiente e, por consequência, meu aniversário foram comemorados com ricas apresentações e profundas discussões. Dois dias para pensar o que é o fazer ciência e cultura e como elas devem ser divulgadas além dos muros universitários e acadêmicos. O tema deste ano foram os afetos políticos em seus múltiplos entendimentos e várias abordagens. Em tempos de ódio declarado e política oficial de extermínio do conhecimento, foi um respiro revigorante deixar o laboratório um pouco de lado e participar das sessões e assistir às palestras. Um resumo sobre o evento não será feito aqui, não é o objetivo. Apenas algumas afetações serão compartilhadas.

De imediato, ficaram as palavras e expressões que foram utilizadas e que carregam o sentido dos afetos, que para muitos podem ter sido facilmente aprendidas, mas que, para mim, ainda são objeto de admiração, dada essa minha formação desbalanceada em ciências exatas. Ouvi sobre a cartografia social, os diferentes conflitos para os quais a academia deveria fazer a mediação e também como a especulação imobiliária acaba com a cultura, apresentada pelo exemplo da prática do jongo. A divulgação científica carece de profissionais que devem se dedicar a nichos específicos, não devendo tentar fazer um trabalho para todos. Não funcionará e será ineficiente. Falamos todos a mesma língua, cientistas e não cientistas, e busquemos as trocas nessas interlocuções, não traduções ou transmissões de conhecimento.

Fiz também uma apresentação resumida e íntima dos resultados que obtive no trabalho final do curso de especialização em Jornalismo Científico, concluído ano passado no Labjor, sobre as cartas de leitores publicadas em jornais impressos que tratam de ciência, tecnologia e inovação. Discutimos as relações de poder existentes e o chamado local de fala, a autoridade que escreve a carta com comentário, sugestão ou crítica sobre um assunto. Nessa mescla de leitor/escritor, houve as ponderações sobre o quanto um cientista carrega de seu conhecimento próprio na elaboração de um texto supostamente informativo, sem opinião. E, é claro, usei meu "Transformações na Terra das Goiabeiras" como cartão de visita, presenteado à maior parte dos palestrantes a que assisti. #IniCiencias

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