Quando as palavras erram

Os dedos correm rápido pelo teclado com vontade de dizer coisas e mais coisas. Seguro-me para não virar uma verborragia desconexa. Já são poucos os leitores - uma centena, segundo o contador do blog -, mas são de qualidade, o que me motiva a escrita. Perguntam-me se não poderia fazer mais postagens por semana. Seguro-me novamente, pois, mesmo não faltando assunto, o tempo para a elaboração de algo aceitável, legível e responsável é longo. A rapidez cobra seu preço: nesta quarta-feira saiu artigo meu no Jornal Cidade de Rio Claro sobre a fotografia do buraco negro de semana passada e fiz alusão ao centenário do eclipse visto em Sobral, que contribuiu para a comprovação da teoria da relatividade de Einstein, dizendo que houve encontro do cientista alemão com os congêneres brasileiros! Na empolgação, errei. Einstein esteve no Brasil somente seis anos depois, em 1925, e visitou o Rio de Janeiro no meio a uma viagem pela América do Sul. O espaço naquele jornal somente será ocupado daqui duas semanas, com a devida errata. Espero não estar me rebaixando aos falsos gurus do momento, com suas bobagens e falsidades propaladas aos quatro ventos.

Os jornais impressos do interior paulista travam uma guerra por sua sobrevivência. Entendo que possuem até mais argumentos e princípios para subsistirem, uma vez que tratam de notícias locais, interessantes para seu público, e que nem sempre são devidamente abordadas pelas mídias eletrônicas ou grandes veículos de comunicação. O risco é ceder a interesses polarizados - o de famílias, por exemplo, é muito comum no interior - e não seguir por uma apuração e elaboração profunda do fato a noticiar. Fiz contato com quase todos esses jornais no intuito de replicar textos de divulgação científica, de forma voluntária, mas o retorno é muito pequeno. O setor comercial se manifesta oferecendo assinatura, mas o contato com o editor responsável pela seção de opinião é barrado. As palavras ou ficam presas em gavetas virtuais, arquivos eletrônicos, ou saem ao vento sem rumo ou destino. Erram, portanto.

A Inconfidência Mineira é marco histórico da formação de nossa identidade nacional libertadora. Se acertamos ou erramos nas escolhas, apenas a distância do tempo responde. Ou talvez não. As escolhas atuais estão fazendo forte estrago já no presente, visível de forma escandalosa. Neste ano o feriado de Tiradentes cai no domingo, mas que usemos o dia de descanso também para refletir sobre o que estamos destruindo do pouco de sociedade existente. #IniCiencias

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