O avião voa

É leve o voo do avião. Os princípios de força, velocidade, dinâmica e muito conhecimento científico e tecnológico impulsionam o veículo aéreo para realizar sonhos de Ícaro sem fazer cera que derreta. Charles Lindbergh, Bertolt Brecht, Saint-Exupéry e Agatha Christie se unem em uma única história, que envolve o primeiro piloto a atravessar o Oceano Atlântico voando sozinho sem escalas, o sensacional dramaturgo e poeta alemão, o autor de O Pequeno Príncipe e também aviador e a dama do suspense e dos livros de investigação criminal. A história dessas pessoas ou que elas contam se juntam no livro Assassinato no Expresso do Oriente, título às vezes escrito sem a contração preposicional do (mas não sem dó, abusando de trocadilhos de um blogueiro à toa). Não estarão lá citados, aparecendo apenas o nome da autora. Um convite para conhecer biografias, analisar posições políticas, maravilhar-se com a construção de argumentos ficcionais e sonhar com um mundo que pode, sim, ser baseado no conhecimento.

A economia precisa decolar. Mas se não houver um piloto à altura dos passageiros, melhor que a aeronave fique em solo. Com uma tripulação que só sabe rezar, marchar e resmungar, piora a sensação de falta de conforto e de propósito da viagem. A proposta econômica em curso se baseia em cálculo secretos e controversos. Sendo a economia uma ciência humana, está sujeita a humores&amores, mesmo com o verniz da matemática estatística nela aplicado. Não é, portanto, uma ciência exata. E, mesmo que o fosse, não seria absoluta, pois ciência é construção do conhecimento, não nasce pronta nem é imutável. No entanto, estudos sérios provam que os investimentos em ciência, tecnologia e educação trazem evidentes ganhos econômicos para o país e isso já no médio prazo. Porém, tal conhecimento não é aceito pelos adeptos do gurulato astrológico pseudo-filosófico e ficamos a cortar tudo o que é importante para uma sociedade mais justa, avançada e equilibrada. Chamamos as asas desse voo de gasto e investimos na alteração das cores das poltronas e se devemos nos sentar a bombordo ou a estibordo.

Em meu trajeto para o trabalho, passo ao lado de três campos de aviação. Aeroportos regionais, na nomenclatura moderna. Ao menos a um pouso ou decolagem de avião de pequeno porte tenho o prazer de assistir na semana, o que traz uma sensação de calma e de realização. O voo é leve, como principiei esta postagem, mas também mostra o que podemos fazer como espécie, como sociedade, como seres pensantes. Nem é necessário ampliar horizontes, basta a assimilação e compreensão do que já está aí. Paradoxos são onipresentes: a observação das estrelas é uma viagem ao passado, mas é o que nos tem impulsionado ao futuro. Por fim, um pouco de justiça começou a ser feito no início da semana. Sigamos acompanhando os desfechos. #IniCiencias

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