Fantasias
Bons acontecimentos culturais não minimizam outras angústias. Amanhã começa o mandato da nova diretoria da Academia de Letras de Lorena, a qual integro como Diretor Cultural, tendo como presidente a professora Neide Arruda de Oliveira. Desde janeiro deste ano sou vice-presidente da Academia Campineira de Letras e Artes, presidida pelo Sérgio Caponi que cedeu sua residência no último fim de semana para oficializar a posse ao sabor de um lanche coletivo. Essas associações têm por princípio a diversidade cultural, não podendo se ater a princípios políticos, religiosos, preconceituosos e outros que, mesmo não sendo criminosos, implicariam em exclusão. Tentamos assim fazer, apesar da tentação pelo fácil e leviano ser grande. O tamanho das cidades não implica direta ou necessariamente em maior importância: há dificuldades em uma e em outra para compor o quadro de Acadêmicos e fazer com que todos compareçam às reuniões e realizem suas atividades culturais. A publicação ou produção artística é uma delas. A Academia de Letras de Lorena completa 10 anos e conseguimos manter uma publicação anual com a presença de trabalhos da grande maioria dos membros. A congênere de Campinas está discutindo reativar o setor de publicações. Uma regra de ouro é sempre indicar a filiação à Academia em seus escritos e outras obras, o que não é rotina.
As polêmicas governamentais envolvendo a exposição ilegal de crianças nas escolas e a obrigação para adotar tema de campanha eleitoral foram disfarçadas de patriotismo. Sim, a execução do Hino Nacional é obrigatória nas escolas há muito tempo, especificamente desde 2009 por lei assinada pelo vice-presidente José Alencar, e não é contra isso que a maioria das pessoas sensatas protestou. Mas como tudo o que perpassa no nível federal, essa foi mais uma de suas patacoadas, que nem precisou se vestir de laranja para ser sumariamente refutada e já descartada pelo ministro colombiano. O lado positivo é que muitos diretores - ou gestores - de escolas públicas aproveitaram o canal digital para enviar vídeos com a situação de precariedade a que estão sujeitos os edifícios que abrigam as escolas. Seria muito interessante se fossem utilizados para tomada de providências emergenciais, mas isso não é fakenews, então não deve constar das atividades oficiais.
E que venha o reinado de Momo para se descansar um pouco. Ou se divertir, como muitos o fazem. A fantasia do povo é festa, que deveria ser diferente da fantasia oficial assumida. Também aflora a tensão por saber serem mais violentos os dias de carnaval. Nos postos policiais, desde que o Jota estadual fez transferências de presos e o Jota federal oficializou a existência do PCC, há estado de atenção, com cones colocados nas entradas e viaturas em prontidão. Não é por causa dos dias de festa e lembra a ação de 2006 que tornou o jornalismo quase exclusivo das notícias policiais e fez a Folha de S. Paulo não publicar um artigo meu e de colegas da USP de Lorena sobre a importância da pesquisa científica e utilização do bagaço de cana. É mais uma angústia e não fantasia, mas é outra história para outra ocasião.
As polêmicas governamentais envolvendo a exposição ilegal de crianças nas escolas e a obrigação para adotar tema de campanha eleitoral foram disfarçadas de patriotismo. Sim, a execução do Hino Nacional é obrigatória nas escolas há muito tempo, especificamente desde 2009 por lei assinada pelo vice-presidente José Alencar, e não é contra isso que a maioria das pessoas sensatas protestou. Mas como tudo o que perpassa no nível federal, essa foi mais uma de suas patacoadas, que nem precisou se vestir de laranja para ser sumariamente refutada e já descartada pelo ministro colombiano. O lado positivo é que muitos diretores - ou gestores - de escolas públicas aproveitaram o canal digital para enviar vídeos com a situação de precariedade a que estão sujeitos os edifícios que abrigam as escolas. Seria muito interessante se fossem utilizados para tomada de providências emergenciais, mas isso não é fakenews, então não deve constar das atividades oficiais.
E que venha o reinado de Momo para se descansar um pouco. Ou se divertir, como muitos o fazem. A fantasia do povo é festa, que deveria ser diferente da fantasia oficial assumida. Também aflora a tensão por saber serem mais violentos os dias de carnaval. Nos postos policiais, desde que o Jota estadual fez transferências de presos e o Jota federal oficializou a existência do PCC, há estado de atenção, com cones colocados nas entradas e viaturas em prontidão. Não é por causa dos dias de festa e lembra a ação de 2006 que tornou o jornalismo quase exclusivo das notícias policiais e fez a Folha de S. Paulo não publicar um artigo meu e de colegas da USP de Lorena sobre a importância da pesquisa científica e utilização do bagaço de cana. É mais uma angústia e não fantasia, mas é outra história para outra ocasião.
Sucesso para a nova diretoria da Academia de Letras de Lorena.
ResponderExcluirEm relação ao hino, alguém escreveu que nacionalismo em doses moderadas pode ser saudável: tipo "beba com moderação". Como no carnaval, em que o mais prudente é seguir a velha sabedoria popular: "Boa romaria faz quem em sua casa fica em paz..."