Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2025

Guerra e paz

A obra "Guerra e paz", de Leon (ou Liev) Tolstói, é um catatau de mais de 1500 páginas, considerando uma edição mais recente de capa dura. Foi lido há um bom tempo e não está na lista para releitura, por enquanto. Concluído em 1869, conta a história das guerras europeias do início do século XIX, tendo Napoleão Bonaparte como um dos personagens, mas não é sobre ele o enredo, mas, sim, de famílias aristocráticas e suas incursões bélicas, com as inúmeras consequências. Uma obra desse porte possui várias versões e parece que o autor manteve os originais com outro final que foi publicado bem recentemente, além da primeira versão, que começou a sair em fascículos em jornal, como era comum na época. O filme, baseado no livro, em intermináveis três horas e meia, é outra obra prima. Feito em 1956, com Audrey Hepburn, Henry Fonda e grande - no duplo sentido - elenco, foi dirigido por King Vidor e creio que passou na televisão na forma de capítulos, como uma minissérie. Também tenho mem...

No ritmo do algoritmo

A liberdade é determinada pelo algoritmo, eis o resultado de nossas escolhas modernas. Na minha time line aparecem sites de literatura, de escrita criativa, de matemática, de curiosidades científicas e dos meus amigos mesmo, ou, ao menos, conhecidos ao longo da vida. Mas quando aparece algo inusitado, como uma propaganda da extrema direita ou um site de pseudociência vendendo cura quântica, eu fico preocupado se o algoritmo encontrou em algum clique meu aquela tendência. Sim, somos produtos de nossas buscas frenéticas pelo mundo cibernético, queiramos ou não. Quando fiz a especialização em Jornalismo Científico, há oito anos, foi a primeira vez que fui apresentado ao poder computacional de ler nossas mentes e lábios. Se conversamos sobre um assunto próximo a uma dessas máquinas, não tarda para que apareçam propagandas com alguma referência ao que falamos. Se comenta-se que hoje pode estar chovendo e que não tem guarda-chuva, nem capa plástica de proteção, em alguns minutos aparecerá u...

Guardando segredos

Creio que o dia da secretária é pouco lembrado. Comemorado a 30 de setembro, era a ocasião em que se dava um cumprimento especial àquelas - sim, eram quase todas mulheres - que faziam funcionar os escritórios e departamentos, por meio de sua organização e atendimentos. Não chegava a lhes dar flores, mas deixava uma frase para registrar a data. Portadoras dos segredos, segundo a etimologia, partilhavam os anseios para que a burocracia funcionasse, ainda mais no tempo em que o papel era o elemento crucial de despachos, memorandos, processos e que tais. Hoje é o dedo trêmulo sobre o teclado, mouses e telas que decide para onde vai o documento, também virtualmente escrito, quiçá por alguma ferramenta da inteligência dita artificial. Os verbos estão no passado porque não acompanhei a modernização de secretarias na última década e talvez faça injustiças. Ser injusto é condição humana piorada quando resultado da falta de conhecimento.  Elas e todos nós realizamos funções nem sempre valori...