Retratos em branco e preto
Foi-se Sebastião Salgado e sua doce e amarga interpretação da realidade. Basta o artista morrer para aflorar a lembrança de sua obra. Triste, mas real. Parece que nos retraímos ao referenciar os intérpretes do mundo quando ainda vivem. Precisamos reverter tal tendência, pois, por mais inexorável e abundante que a morte seja, há tempo para viver. E são muitas as vidas vividas e vívidas que tornam símbolos, como foi a de nosso cosmopolita fotógrafo brasileiro. Nas redes sociais pipocam anônimos ao lado de Sebastião Salgado, provando que lá estiveram e um átimo de tempo puderam com ele compartilhar. Não tenho fotos com ele, nunca me aproximei, mas tenho as fotos dele em belos livros e intensas memórias. Das minhas anotações - em cadernos, rascunhos e arquivos digitais - constato que fui admirador totalmente passivo de sua obra, uma vez que não encontrei sequer uma linha de comentário a algum lançamento ou reportagem. Essa ausência de palavras não joga nenhuma luz sobre a importância dele ...