Novas cem horas

Nesta semana testei a possibilidade de censura de jornais quanto a artigos meus enviados para publicação. O Jornal Cidade (JC) de Rio Claro, ainda que tenha explicitamente divulgado e patrocinado evento de caráter religioso, mas com a presença de político candidato, em conflito com nossa laicidade constitucional, publicou minha reflexão sobre o futuro da ciência no estado de São Paulo. A mesma sorte não teve o texto enviado ao Correio Popular, de Campinas. De conteúdo semelhante ao do JC, ainda dorme na caixa de entrada do editor ou já pode estar habitando o limbo do spam. O JC de Bauru também silenciou sobre outro alerta para o possível resultado nefasto do segundo turno, dia 30, artigo este que foi publicado no Brasil 247: https://www.brasil247.com/blog/paulistas-insistem-no-erro. Assim, os dois textos em quatro tentativas acabaram saindo. Eficiência de 50%, nada mal! Mas é bom deixar muito claro que proibir informação falsa, ainda mais vinda de órgãos oficiais, não é censura, é apenas o cumprimento da lei. Sei que o incauto não entende a diferença, da mesma forma que não vê distinção entre o público e o privado, quando é o candidato dele que faz a lambança.

Todo cuidado deveria ser tomado para conferir afirmações antes de postá-las, mesmo que seja para embasar alguma opinião, e há os que se arvoram em defensores da cultura e sequer dão uma olhada para ver se determinada autoria esdrúxula se confirma. Na esmagadora maioria das vezes é boato, farsa ou fakenews, na nomenclatura moderna. O chamariz de um nome conhecido funciona como o galã fazendo comercial de detergente, querendo convencer a audiência de que a beleza está no bolso de quem paga pelo produto, pela marca. Não apenas a quase terra de ninguém da internet é palco do duelo de mentiras, mas também a clássica celulose impregnada de tintas. E o detrator acima mencionado se faz de avexado? Qual o quê! Continua vagando por páginas pessoais e grupos de WhatsApp como se fosse a mais pura das criaturas, sem nove-horas. A caricatura da "tia do zap", que crê em tudo que não vê e não lê, passa por apropriada também para tais defensores do caos. Sim, é nisso que se tornaram, não podendo se justificar ou rotular como desconhecedores do mecanismo digital e de comunicação usado. Seus erros têm propósito.

Hoje são novas cem horas, velhas damas em jogo solitário para a contagem regressiva e, quiçá, progressista. Tanto lá, quanto cá. Uma olhadinha no cento anterior, de quatro semanas atrás, dá a dimensão da angústia caminhando para a extinção, se não for do fato, será deste interlocutor (http://adilson3paragrafos.blogspot.com/2022/09/cem-horas.html). A data - o hoje situado no agora do espaço-tempo - não poderia ser mais esperançosa, coincidindo os 80 anos de Milton Nascimento com o século de nascimento de Darcy Ribeiro. Este é um dos símbolos da educação, que pode ser resgatada nas cem horas em curso, e aquele é o autor de ícones musicais, um melhor que o outro. Na bela, primorosa e necessária sequência de palavras, o amigo é guardado no lado esquerdo do peito, o amigo na parte esquerda do peito, o amigo na esquerda, o amigo, a esquerda. Equivalências necessárias. As Marias, Marias que votam não são as senhoras do cacófato, mas sim as que têm fé na vida.

Comentários

  1. E muita esperança!!! Quanto às fake news, notícias falsas (ou não tão falsas, mas manipuladas do contexto), apenas lembrando que há serviços, canais e própria imprensa que checam as notícias e divulgam sua veracidade. Comento porque, semana passada, me surpreendi com uma pessoa que não imaginava que existia algo assim. Algumas que checam: https://www.cnj.jus.br/programas-e-acoes/painel-de-checagem-de-fake-news/onde-checar/

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