Quase ano novo
Ainda não ganhei um livro de amigo secreto neste fim de ano, mas comprei outros muito bons. Como entretenimento, adentrei a leitura do mundo de Tom Ripley, o conjunto de cinco livros de Patricia Highsmith, comentado em artigo para o jornal A Tribuna Piracicabana do dia 20/12 (https://www.atribunapiracicabana.com.br/edicao-pdf-virtual-piracicaba/). A editora da Unesp havia lançado em 2024 "Its All True: A odisseia pan-americana de Orson Welles", de Catherine L. Benamou com tradução de Fernando Santos que somente agora adquiri e me pus a ler (https://www.livrariaunesp.com.br/its-all-true-a-odisseia-panamericana-de-orson-welles-catherine-l-benamou-editora-unesp-9786557111482/p#sinopse-completa). Sempre me intrigou o filme inacabado de Welles no Brasil e em outros países latino-americanos. O livro adentra, como pesquisa acadêmica e boa narrativa, nas condicionantes que levaram a essa incompletude. A obra contém um bom sumário do roteiro, o que dá uma ampla visão do que poderia ter sido o filme. Tomo a leitura por aprendizado e que pensemos, neste quase ano novo, em toda e qualquer forma de aprender.
A essência do conhecimento é a dúvida, é a ignorância. No caso, a boa ignorância que nos faz pensar e refletir para encontrar respostas ou o melhor entendimento sobre algum assunto. A filosofia instigará as sinapses para os fundamentos da existência, coisas para saber de onde viemos e para onde vamos, mas o mais importante é entender por que estamos. E por que somos. A resposta, individual por natureza, é contrabandeada para dentro de grupos que se dizem entendedores das conexões complexas que beiram a crença e não mais a sapiência. Vulneráveis nos tornamos quando a ligação se dá por intermediários, seja qual for o outro lado conectado. Na economia, atravessadores fazem o preço aumentar; na vida, são os mercadores da dúvida que nos esfolam a inexistente alma para sobrevivência deles próprios, deixando-nos com certezas compradas que nada respondem. Festas e férias se aproximam e se completam, mas o blog não fará pausa programada. Mudará o calendário, continuarão as certezas de dias das semanas e novos feriados, mas ficarão as dúvidas, as eternas dúvidas da existência.
Na sequência de feriados, nem todas as lojas e outros estabelecimentos ficam abertos. Respeitando o descanso de todos, que eu sigo criteriosamente, decidem que serviços essenciais fiquem abertos para suprir um mínimo de atendimento a possíveis emergências. Mas, se fica o essencial aberto, por que a biblioteca fecha no feriado? Livros são essenciais, não são? Pergunta retórica, não quero ver bibliotecas abertas apenas às moscas nesta época, pois, mesmo com toda a disponibilidade, o acesso à literatura ainda é limitado. Por fim, e para não dizer que não falei das festas, eis a trova enviada para o grupo de trovadores, que também foi ligeiramente modificada para ser enviada aos dois jornalões da capital paulista. Eles não publicaram, mas serviu de cartão de visita para figurar na lista daqueles a quem o jornal agradece e retribui os votos de festividades: Para o Grupo alvissareiro: / tendo datas como estas / -um período tão festeiro - / eu desejo Boas Festas!
Feliz Ano Novo.
ResponderExcluirSaúde, paz e inspiração.
Até 2026
Muito bom o texto, mas se as bibliotecas ficarem abertas nesse período, ficarão às moscas. Esta fase é de festas , teremos o ano todo para ler, precisamos ser iludidos, mesmo que por um tempo reduzido. Obrigada pelo texto. Abraço
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